
Rocky está com quase 60 anos, aposentado, viúvo, triste, e tocando sua vida e seu restaurante, que leva o nome da esposa, Adrian, que faleceu devido ao câncer. Não é muito próximo do filho, o que só serve pra aumentar sua amargura. Quando uma rede de TV faz uma montagem em computação gráfica em que Rocky nocauteia Mason Dixon, atual campeão dos pesos pesados, e constantemente vaiado por ser frio demais (chamado de mecânico por um narrador após vencer com facilidade um adversário), o ex-boxeador é convidado pelos empresários de Dixon a realizar uma luta, uma exibição de gala, uma espécie de personificação da montagem virtual. É a chance de Rocky se livrar da fera que ele sente estar aprisionada dentro de si, e com a ajuda do cunhado Paulie, e da amiga Marie (que no primeiro longa da série era uma menina revoltada que recebe e ignora um conselho de Rocky, em uma ponta de luxo), vai com tudo para o embate.
De certa forma, Rocky Balboa tem um quê de pessoal por parte de Stallone. Assim como o personagem, o ator sente que hoje não é mais seu tempo, que já foi ídolo, e que esse é o final que merece: lutando, como sempre foi. E Sly vai muito mais além de uma grande atuação: é responsável pela ótima direção do longa, que apesar de abusar um pouco das câmeras lentas e do quase inevitável clima de nostalgia, é muito competente em criar a atmosfera e a aura que Rocky merece. O roteiro, também de Stallone, merece a mesma reverência que a direção, por mostrar um sujeito amargurado longe do caricatural, e por não enfiar no enredo uma paixão entre o ex-lutador e Marie, o que seria algo impensável.
Mas tudo poderia ir pelo ralo se a luta final não fosse o grande momento do longa, o que não acontece, já que o embate entre Balboa e Dixon é emocionante, como não poderia deixar de ser. Em alguns momentos escutei sons de bombas explodindo a cada soco, o que é um recurso interessante. O resultado final ainda serve pra emocionar mais o espectador, ao som das arquibancadas gritando "Rocky! Rocky!". Um final apoteótico e mais que merecido para Rocky Balboa e Sylvester Stallone.
E eu saí chorando da sala ao fim da projeção.
Nota 9,0
No comments:
Post a Comment