
Brant faz aqui um dos melhores trabalhos de direção de 2007. Sem se apoiar em trilha sonora romântica ou dramática, a trajetória de Ciro é mostrada de modo seco, imparcial, sem pender para o lado do protagonista. A câmera, apesar de estar o tempo todo na mão, permanece imóvel, quase como se o espectador estivesse escondido em um canto, espiando a vida alheia, mas sem se meter. A direção opta por diálogos sobrepostos, para realçar o clima de verdade, e acha por esse caminho o grande trunfo do longa, que tem oitenta minutos, mas num corpinho de trinta. Mas não pense em Cão Sem Dono como um filme curto. Na verdade, ele é redondinho, tem a duração necessária, nem um minuto a mais, e quando um filme encontra a duração perfeita para conseguir tratar seus assuntos sem se esticar nem encurtar, ele se torna muito mais eficiente.
Com um maravilhoso roteiro, que dá a falsa sensação de um "filme sobre nada", Cão Sem Dono é uma das melhores produções do ano, que encontra na singeleza e na sinceridade suas maiores forças. Pequeno sim, mas grandioso.
Nota 10,0
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