




Lourenço é o dono de uma loja que compra e vende produtos usados. O tédio que ele sente naquele trabalho vazio só é tapeado pelo modo humilhante que trata os clientes, quase espantando-os. Lourenço faz isso mas sabe que eles sempre voltam, com o mesmo blá-blá-blá sobre falta de dinheiro. Inebriado pelo fedor do ralo do banheiro de seu escritório, ele se apaixona pela bunda da garçonete de um bar. Se isso não bastar pra você transformar Lourenço no personagem mais esquisito do cinema brasileiro dos últimos anos, eu não sei mais o que dizer. O Cheiro do Ralo é um dos melhores filmes do primeiro semestre de 2007, dono de uma forma que parece louvar o vazio e de um roteiro muito mais que inspirado, baseado no livro de Lourenço Mutarelli. Selton Melo em estado de graça e a nossa torcida pelo encontro de Lourenço com a bunda completam o prato esquisito.
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