Saturday, December 01, 2007

A Lenda de Beowulf

Beowulf, de Robert Zemeckis
Quando eu assisti a O Expresso Polar, no fim de 2004, eu me lembro de ter saído do cinema encantado com o motion-capture, a técnica de que tinha transformado Tom Hanks e Steven Tyler em personagens de animação. Eu tinha achado todo aquele visual fantástico, além de ter adorado aquela delirante viagem natalina. Em 2007, Zemeckis volta à direção em mais uma animação, porém desta vez os resultados escapam por pouco de uma catástrofe: A Lenda de Beowulf é um dos piores filmes do ano, apesar de belíssimo esteticamente, com planos e seqüências asfixiantes, favorecidas pela computação gráfica.
A história se passa no século VI. Beowulf é um guerreiro que vai a Herot, espécie de vila-reino, com intuito de matar o monstro Grendel, que tinha assassinado grande parte da corte do rei Hrothgar. O rei teria oferecido metade de sua fortuna a quem derrotasse Grendel e assim lavasse a honra de Herot. Após vencer o monstro, Beowulf se torna rei, mas seus problemas não acabam, pois a mãe de Grendel, um demônio ainda mais poderoso, prepara sua vingança.
Tecnicamente belo, A Lenda de Beowulf apresenta, em alguns pontos uma técnica ainda mais apurada que O Expresso Polar. Os cenários belíssimos são um convite a uma viagem ao mundo fantástico do famoso poema. O problema é a falta de coração. O longa todo parece uma grande e bem-sucedida demonstração das maravilhas do motion-capture, o que não deveria acontecer; a captura de movimentos deveria ser a cereja do bolo, e não a única coisa que salva.
Desinteressante demais para um longa-metragem de quase duas horas, A Lenda de Beowulf ainda apresenta um salto de algumas décadas que se revela totalmente desnecessário para o desenvolvimento da trama. Não vou contar nada mais profundo, mas digo que o que acontece após esse salto, e que representa o clímax do roteiro, poderia se passar um mês depois da morte de Grendel, sem que nada ficasse sem explicação.
Robert Zemeckis tropeçou, tomado pelo encantamento de suas técnicas de computação gráfica. Nos resta a esperança de que da próxima vez, com ou sem motion-capture, ele volte a ser aquele mesmo diretor de filmes como De Volta para o Futuro e Contato, que usava os efeitos para auxiliarem o cinema, e não o contrário, como aqui.
P.S.: Como a Angelina Jolie tá gostosa... E isso não é efeito especial.

2 comments:

Anonymous said...

Caracas... tem propaganda até dentro nos nossos coments??? Onde isso vai parar??? Mas enfim... não vi o "Expresso Polar", mas meus amigos disseram que gostaram e tal...
Eu estou querendo ver esse, mas só se alguém for cmg, pq eu nunca mais vou ao cinema sozinha...
E fato que tinha que rolar um comentário "de homem", neh??? Hahahaha.

Quando eu vi o trailer na televisão, tive a impressão de a maioria do filme ser digital... quanto ele o é???
Beijos

A Journey of Ving Tsun Life said...

"...depois da morte de Grendel.."???


hahaha
maldição rapaz! não dê spoilers em suas criticas!rs