A obra-prima dos Coen começa e termina não só rodeada de violencia, como mergulhada de cabeça no mar de sangue que se apresenta diante dos olhos do espectador. O enredo serve como fio condutor para a construção de uma crônica sobre a imprevisibilidade da vida e conseqüentemente do fim dela. Além, é claro, de trazer Anton Chigurgh, um vilão clássico, uma imagem tão poderosa e cruel quanto um desolador deserto.

4. Batman – O Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan
Batman – O Cavaleiro das Trevas é o filme mais intenso dentre todos os filmes de heróis. Pra falar a verdade, como muitos disseram, sua intensidade é tamanha que ele se afasta da definição “filme de HQ” para se tornar uma espécie de thriller policial, com o peso de um Fogo Contra Fogo ou Seven. A seqüência de Batman Begins é também uma obra relevante enquanto estudo da natureza do homem, enquanto teste aos limites. Christopher Nolan mergulhou sua obra nas sombras e o resultado foi uma jornada psicológica rumo ao abismo. Em duas horas e meia, o diretor promoveu um estudo do comportamento humano e construiu uma obra-prima ao destruir psicologicamente justamente o seu “herói”.

3.Wall-E, de Andrew Stanton
A Pixar nos presenteia novamente com uma obra de arte. Ao lado de Os Incríveis e Ratatouille, Wall-E é a prova máxima da competência do estúdio, seja na trama, com suas críticas contundentes à sociedade consumista contemporânea, seja na estética, uma homenagem ao cinema mudo de Chaplin e Buster Keaton, e ao "espaço-arte-sideral" de Stanley Kubrick. Apesar dos quase 100 minutos de duração, Wall-E nunca é cansativo e, mesmo apesar de contemplativo demais para as crianças (aliás, classificá-lo como um filme infantil é em minha opinião um grande equívoco), é um longa que demonstra em seus momentos mais silenciosos todo o seu brilhantismo.

2. Não Estou Lá, de Todd Haynes
"Flash da infância/descoberta do talento – adolescência – a chegada ao estrelato – o auge – a queda – as crises – a ressurreição da carreira". Quando se fala em cinebiografia de astro da música, a fórmula citada acima é a primeira coisa que vem à mente. De Cazuza a Johnny Cash, independente do músico, os filmes seguem uma linha narrativa que os torna meio parecidos e lineares demais. Bem, isso antes de Todd Haynes radicalizar o gênero e construir a partir da desconstrução de pedaços da vida de Bob Dylan. Haynes desmonta o personagem, desconstrói a narrativa, e divide o músico em seis fases, seis faces, que são e não são Dylan. Obra-prima.
1. Sangue Negro, de Paul Thomas Anderson
Paul Thomas Anderson é gênio, um dos únicos surgido nos anos 90, década forte em filmes, mas fraquíssima em surgimento de grandes nomes. E a prova da genialidade de Anderson é, sem dúvida, o fascinante Sangue Negro, seu melhor filme. O livro Oil!, de Upton Sinclair, se transforma em uma viagem imprevisível no mundo da exploração do petróleo e na alma de um homem: Daniel Plainview, que encarnado de maneira visceral por Daniel Day-Lewis acaba surgindo como uma espécie de personificação das grandes corporações que dominariam o mercado no Século XX, e nesse sentido o título que o longa recebeu aqui no Brasil é muito apropriado. Ser o melhor filme do diretor que tem em seu currículo a obra-prima Magnólia não é pra qualquer um. Só pra Sangue Negro.
2 comments:
gosto bastante de Batman e sangue negro..gosto de onde os fracos não têm vez e Não estou lá em menor grau..ão gosto de wall-e
Sua "best list" está ótima... concordo muito com "onde os fracos não tem vez"... achei fantástico... enquanto eu subiria o Batman de posição...
Beijos
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