Monday, February 21, 2011

127 Horas

127 Hours, Danny Boyle, 2010 

Eu gosto de Danny Boyle, mas não tanto. Não acho que seu Quem Quer Ser um Milionário tenha merecido o destaque e a falação que recebeu. Eu gosto de Franco, mas também não tanto. Apesar de achá-lo um eficiente astro de comédia, não consigo me relacionar muito bem com seus papéis maiores. O que poderia sair de um filme dirigido por Boyle, escrito por Simon Beaufoy, roteirista de Milionário, e protagonizado por Franco, em um trabalho praticamente solo? A experiência mais que irregular chamada 127 Horas.

O problema não é a trama, focada na história real do tour de force protagonizado pelo alpinista Aaron Ralston que teve o braço esmagado e preso por uma rocha por cinco dias em Utah durante o ano de 2003. O problema é tático: as soluções visuais empregadas por Boyle para relatar os sonhos e pensamentos de Ralston em momento algum funcionam, chegando em alguns momentos a beirar o ridículo, como o close em uma garrafa de bebida energética. As imagens sobrepostas e os cortes na velocidade da luz começam empolgantes, mas logo saturam os olhos e cansam bastante.

Mas nem tudo são espinhos: a trilha sonora indicada ao Oscar é ótima, elétrica no início, por vezes inexistente no núcleo e redentora no fim, ilustra muito bem a façanha e a luta pela sobrevivência de Ralston, interpretado com raça por Franco, apesar da entrega ao overacting e às caretas em alguns momentos. E o fato de ser um filme relativamente curto (apenas 94 minutos) faz de 127 Horas um exercício dinâmico, apesar de visualmente pouco interessante.

Nada me tira da cabeça que a indicação para 127 Horas na categoria principal se deu por qualquer razão que não seja artística. Fosse essa a principal razão para as indicações, a vaga seria preenchida por produções do porte de O Escritor Fantasma, Um Lugar Qualquer ou Scott Pilgrim Contra o Mundo, que atenderia a necessidade da indicação de um longa verdadeiramente estiloso.

1 comment:

joão said...

filme sobre um homem que estava em pessima situaão e deu a votla por cima e escreveu um livro...por isso oscar ..mas não gosto