08. Amantes, James Gray, 2008
Através de trabalhos maravilhosos como Fuga para Odessa e Os Donos da Noite, James Gray provou ser um tipo de diretor em falta na Hollywood atual. Mas a pergunta era: que tipo é esse? Seria o tipo de cineasta de policiais robustos, estilosos, com meia dúzia de cenas marcantes, como De Palma e Siegel? Ou seria Gray aquele diretor filho da Nova Hollywood, geração que entendeu como poucas as relações entre as pessoas em ambientes urbanos e os dramas familiares? Amantes é o filme perfeito para tirar esse tipo de dúvida: investindo no romance dramático e portanto afastado das delegacias e das armas de fogo, o diretor mesmo assim mantém o foco sensível sobre as relações amorosas e/ou familiares, e realiza assim a obra-prima máxima de sua carreira. O seu tipo é o melhor: o do esteta apaixonado pela sua arte.
07. Santiago, João Moreira Salles, 2007
Ao desenterrar as imagens das entrevistas feitas em 1992 com o ex-mordomo Santiago, Moreira Salles realiza um documentário que, como todo grande filme do gênero, acaba dizendo mais sobre o seu realizador do que sobre o objeto de análise. Não que seja desinteressante acompanhar os relatos do argentino, que fora empregado da família Salles e morrera dois anos após o fim das entrevistas. Personagem fascinante, pesquisador, historiador e escritor auto-didata, mas sendo lentamente consumido pela velhice, Santiago era um poço de sabedoria e ilusão, e gerou depoimentos maravilhosos, captadas por precisão pelo cineasta de Entreatos. Mas o longa só cresce, e ganha a condição de filme único na cinematografia recente, graças à narração em off e das palavras emocionadas de João Moreira Salles, que faz desse documentário seu passaporte e sua metalinguagem.
2 comments:
gosto de Amantes..mas não tanto assim
santiago não vi
Não vi nenhuma dos dois mas acho q não gostaria de nenhum. Muito Franca! kkkkkk
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