Sucker Punch, Zack Snyder, 2011 

Zack Snyder é um bom diretor de cenas de ação, e quando a pancadaria come solta, ele é um dos melhores diretores de sua geração para registrá-la. Depois da fama de visionário e estiloso, e de conseguir prestígio dirigindo eficientes blockbusters baseados em obras de outras mídias (300 e Watchmen, além de A Lenda dos Guardiões, que eu não vi) e o ótimo Madrugada dos Mortos, refilmagem do clássico de Romero, Snyder ganhou crédito suficiente para embarcar numa viagem solo, apostando em conceitos originais e em um roteiro novo. Daí nasceu Sucker Punch, o seu pior filme.
De fato, Snyder é eficiente em criar cenas empolgantes, com um visual diferenciado, o que podia ser constatado em seus trabalhos anteriores, mas aqui não é sempre que funciona. Em alguns momentos, as seqüências de batalha (é isso mesmo, batalha) são lindas, como as aparições dos samurais ou as cenas dos nazistas, mas no resto, pouca coisa se salva. Além do mais, as cenas que envolvem o hospício/"prostíbulo imaginário", e que dependem do talento do diretor e do roteirista Steve Shibuya de criar diálogos e planos realmente profundos, beiram o patético aqui e ali, como por exemplo a falta de ritmo na condução de uma certa reunião profissional fatal no terceiro ato.
Se por um lado, filmar uma ideia própria carrega uma coragem digna de aplausos, já que é evidentemente menos arriscado se envolver com obras que já possuem uma legião de fãs que vão encher os cofres dos realizadores de dinheiro, por outro pode acarretar desmascaramento ou, nesse caso, uma pequena decepção quando o espectador mais atento percebe as fragilidades da trama e do roteiro. A história da menina que encontra abrigo em sua imaginação fértil e cheia de ação enquanto fantasia a fuga do hospício no qual seu padrasto a internou é tratada como mero lençol para cobrir o real motivo da produção de Sucker Punch: a exibição dos corpos de jovens beldades em roupas apertadas e cenas de ação inventivas lutando contra dragões, samurais, nazistas, robôs e qualquer outro ser que possa criar cenas que emulam videogames, quadrinhos, e tudo mais que possa parecer pop e rentável.
Mas quando percebemos que as cenas de ação não são tão novas assim, e que a salada visual de Snyder não foi bem digerida, só a beleza das protagonistas e a boa trilha sonora fazem valer o ingresso.
1 comment:
não gosto de madurgada dos mortos nem de 300 e não tenho nenhuma vontade de ver esse filme
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