Monday, January 13, 2014

Top 10: os piores filmes de 2013

10. Carrie, A Estranha, de Kimberly Peirce
Desde o início, o projeto já parecia fadado ao fracasso. Da escolha do elenco à contratação do roteirista Roberto Aguirre-Sacasa, da série Glee, a refilmagem do clássico de Brian De Palma é uma obra natimorta, que fica ainda pior com a maneira sexista que é filmada.

9. Os Miseráveis, de Tom Hooper
O filme mais pretensioso do ano, que combina pieguice extrema em sua estrutura com os ângulos inexplicáves de Hooper.

8. O Último Exorcismo - Parte II, de Ed Gass-Donnelly
É bem verdade que esse não é o primeiro filme do gênero a tratar a possessão demoníaca por um viés sexual (a questão carnal é um dos pilares de TODOS os longas-metragens sobre o assunto). O problema aqui é obviedade quase infantil com que seu diretor aborda o tema. Difícil dizer o que é mais risível, se a mensagem castradora de que transar é algo negativo, ou o demônio utilizado para transmitir o ponto de vista: um cramulhão adolescente, imaturo ao ponto de sair de carro para comemorar a conquista de sua amada, incendiando lixeiras e árvores pelo caminho.

7. Obsessão e O Mordomo da Casa Branca, de Lee Daniels
Como já dito por aqui, a ambição de Lee Daniels é inversamente proporcional ao seu talento, e seus dois filmes mais recentes são a prova cabal desse ponto de vista: enquanto Obsessão naufraga em um mar de falta de sutileza e explosões gratuitas de violência, O Mordomo... é um filme chapa-branca que defende o governo Barack Obama como se a etnia do presidente dos EUA fosse argumento para ficarmos a favor de uma gestão que, assim como muitas outras antes dela, também foi cheia de decisões discutíveis.

6. Uma Noite de Crime, de James DeMonaco
DeMonaco frustra os que criaram expectativa de ver um comentário social a partir dessa premissa absurda (apesar de, sim, interessante) no momento em que ignora fatos cruciais para a análise sob uma perspectiva política. Trata, em sua fantasia de horror, da vitória socioeconômica dos EUA, mas fecha os olhos para o que fez a fama e a fortuna do país: a exploração das camadas mais baixas da pirâmide social. Em Uma Noite de Crime os ricos estripam os pobres e os necessitados, em uma metáfora que mostra que esses grupos são formados por inválidos que atrasam o progresso da nação.

5. Minha Mãe é uma Peça, de André Pellenz
O egocêntrico veículo de promoção de Paulo Gustavo (estrela da empreitada e autor do roteiro que adapta sua própria peça) é um dos piores exemplares da comédia brasileira nos últimos tempos, com sua cara de teatro filmado e sua montagem em forma de esquetes à moda Zorra Total.

4. Chamada de Emergência, de Brad Anderson
Pouca coisa chama realmente atenção no filme de Anderson. Aparentemente uma colagem de muitas ideias (algumas boas, até), Chamada de Emergência acaba saindo um suspense B da pior espécie, desses que se tornaram clássicos do Super Cine ao longo dos anos, inclusive com um roteiro que toma rumos parecidos com os de tais filmes, principalmente em seu desastroso terceiro ato.

3. Duro de Matar - Um Bom Dia para Morrer, de John Moore
O grande problema da quinta aventura estrelada por John McClane é a falta de compreensão atrás das câmeras. A dificuldade que o obsoleto policial de Nova York tem para se adaptar à modernidade do século XXI poderia gerar uma aventura ainda melhor que o eficiente Duro de Matar 4.0 se ela tivesse à disposição um roteirista e um diretor que entendessem que o deslocamento social é a grande sacada da franquia.

2. A Hospedeira, de Andrew Niccol
Ver o nome de Niccol (diretor do ótimo Gattaca) associado a essa adaptação do romance homônimo de Stephenie Meyer aumenta a decepção ao ver que o cineasta é o grande responsável pelo fracasso do projeto, que não passa de uma versão sci-fi de Crepúsculo filmada no Novo México.

1. Para Maiores, de Elizabeth Banks, Steven Brill, Steve Carr, Rusty Cundieff, James Duffy, Griffin Dunne, Peter Farrelly, Patrick Forsberg, Will Graham, James Gunn, Brett Ratner, Jonathan van Tulleken, Bob Odenkirk
O problema não é a estrutura, a acidez ou a escatologia. Muito pelo contrário: esses são elementos bem-vindos a um gênero que frequentemente dá um tapa na cara da verossimilhança a fim de ser eficiente. De longe, Para Maiores é o filme mais esquisito que apareceu por aqui em 2013. Além de esquisito (o que não é necessariamente um adjetivo que significa algo que seja ruim), é uma tarefa quase impossível lembrar de um filme formado por segmentos em que TODOS são horrorosos.

2 comments:

Raquel Raposo said...

A Hospedeira é muito horrível!!!
Bom, vi 3 dos 11 filmes que você postou e, dos que vi, concordo com você com exceção de "Os Miseráveis", que adorei!

joao said...

o nome de Niccol eu associo mais como roteirista de show de truman e diretor de senhor das armas

a hospedeira é patético mesmo, mas ele ja havia tropeçado em o preço do amanhã que tem uma das melhores ideias que vi recentemente

os miseráveis acho excelente. chamada de emergencia e uma noite de crime acho razoáveis. nao vi ou concordo com os outros