Monday, January 01, 2007

Reflexões De Dezembro

2006 foi embora. Acabou, chegou ao fim, escafedeu-se. Ficaram as lembranças do que fizemos, do não fizemos, dos filmes que assistimos, ou que não conferimos por um motivo qualquer: falta de tempo, de dinheiro, ou de vontade mesmo. Porque nós, cinéfilos assumidos, também ficamos sem vontade de assistir a algumas produções que não nos chamam atenção. E já que esse texto desandou a lembrar do cinema em 2006, vamos mergulhar de cabeça nessa conversa.

De fato o ano começou à toda. Tivemos, nos primeiros meses, produções marcantes como os políticos Munique, Syriana e Boa Noite E Boa Sorte, o romance entre os caubóis de Ang Lee com O Segredo de Brokeback Mountain, ou o novo Woody Allen em Ponto Final. Mas é impossível não lembrar do fracasso de Memórias De Uma Gueixa, o grande embuste da temporada, ao lado de O Código Da Vinci, que também estreou no primeiro semestre. Aliás entre janeiro e junho os cinemas presenciaram a volta de Jim Carrey, mas também assistiram Charlize Theron estrelar dois lançamentos, e não emplacar nenhum sucesso. Um desses dois filmes, só pra lembrar, foi Aeon Flux. É Charlize, deixa pra próxima...

O segundo semestre chegou e levou mais pessoas aos cinemas. Afinal, a partir de junho muitos filmes canditatos a arrasa-quarteirões chegaram. O maior deles, Piratas Do Caribe: O Baú Da Morte, ultrapassou a barreira de um bilhão de dólares, repetindo os feitos de O Senhor Dos Anéis - O Retorno Do Rei e Titanic. As outras grandes super-produções da temporada, principalmente X-Men - O Confronto Final (que foi lançado em maio), e Superman: O Retorno, mesmo contendo inúmeras qualidades a mais que Piratas, acabaram ofuscados pela trupe de Jack Sparrow.

Mas a verdade é que os melhores filmes, como muitas vezes acontece, não foram campeões de bilheteria. Os Infiltrados, de Martin Scorsese e O Novo Mundo, de Terrence Mallick foram, ao lado de A Máquina (que irei tratar no próximo parágrafo, sobre as produções nacionais), extremamente eficientes no que se comprometeram a fazer: retratos da humanidade, seja ele através de policiais, de colonizadores ingleses ou de um simples casal apaixonado no sertão do Brasil. Outros excelentes longas foram ignorados, alguns pela crítica (Espíritos), alguns pelo público (Miami Vice, O Grande Truque), alguns por ambos (Abismo Do Medo).

No campo brazuca, tivemos uma safra numerosa de produções, para todos os gostos. Os fãs dos globais fizeram a festa com Se Eu Fosse Você e Fica Comigo Esta Noite, e quem gosta de denúncia adorou Anjos Do Sol. Mas 2006 foi mesmo de O Céu De Suely e A Máquina. O primeiro estreou discretamente, e logo se tornou o queridinho da crítica. O outro entrou em cartaz em abril e também não contou com muita divulgação, mas revelou na simplicidade o melhor filme nacional em anos (Viva o cinema teatralizado! E viva à Mariana Ximenez!), ao contar na telona uma mirabolante história de amor sucesso nos palcos do País. E vem mais por aí: em 2007 estréia o novo de Cláudio Assis, O Baixio Das Bestas. Mal posso esperar, mas preciso esperar. Que saco!

No geral, o ano que passou teve um saldo positivo. Nunca esquecendo das animações, que se fizeram presentes através de Carros, A Era Do Gelo 2, Os Sem-Floresta, A Casa Monstro e Happy Feet - O Pingüim, podemos dizer que 2006 chegou ao fim e, de certa forma, deixou saudades. Agora, mais doze meses de luta, de estudo, de trabalho, e de filmes. Para que teve paciência de ler esse texto chato, um FELIZ 2007, muita paz, muito amor e muito cinema.

Amanhã eu coloco aqui no Eu E Os Movies a lista com as dez melhores e também as sete piores produções desse ano que já se foi.

1 comment:

Anonymous said...

otimo texto

tirando a parte que supemerda é melhor que piratas do caribe