Sunday, January 15, 2012

Imortais

Imortais, do ainda desconhecido Tarsem Singh, é um filme todo feito no over, e ao meu ver bem desorganizado. Tudo aqui está desarrumado, as lutas são mal filmadas (não dá pra entender direito o que acontece, quem bate e quem apanha às vezes parecem a mesma pessoa), e tudo em um 3D que só complica a experiência. A trama, que segue o herói Teseu em uma luta contra um rei, Hipérion, para se vingar e, de quebra, impedir a eclosão de uma guerra é rala, e se desenvolve mal. O elenco, que conta com nomes como Stephen Dorff e Mickey Rourke, até se esforça mas não consegue fazer muita coisa com seus personagens rasos como um pires.

Mas a trama ou texto não são os maiores inimigos da produção. O grande problema aqui é o visual extremamente carregado. Imortais parece tentar recriar, em cada quadro, em cada tomada, um efeito estético que nunca acontece. O sangue virtual que jorra sem parar, as batalhas que parecem saídas de um video game  (esses que mostram o herói tendo que enfrentar muito inimigos ao mesmo tempo) e a câmera lenta usada em demasia aliada à direção de arte que parece o tempo todo querer emular o sucesso de 300, acabam indo na contramão da revolução proposta. O resultado é ora inexpressivo, ora pavoroso, mas visualmente incômodo, no pior sentido, do tipo que provoca risos involuntários.

Talvez se Singh abandonasse o tom sério, abraçasse a farofa e a sátira, e chamasse seu filme de Gladiadores do Leblon ou qualquer nome engraçadinho de bloco carnavalesco, a experiência até poderia funcionar. Do jeito que ficou, deu sono.

Imortals, Tarsem Singh, 2011 

1 comment:

Raquel Raposo said...

"Gladiadores do Leblon" foi hilário! Rsrsrs... O filme realmente não é nada demais. Continuo com a minha teoria de que esse filme é cuspido o "Fúria de titãs".