Top 20: os melhores filmes de 2012 - Parte II

10. O Artista, de Michel Hazanavicius

O grande vencedor do Oscar 2012 é um filme belíssimo, sobre o surgimento do cinema falado e o efeito deste sobre um astro do cinema mudo. O preto-e-branco é lindo e o fato de o filme ser 99% mudo é um recurso estilístico extremamente eficiente, em um longa que possui algumas cenas memoráveis, em especial aquela na qual Bérénice Bejo dança com um paletó.

9. Shame, de Steve McQueen

Um filme sobre vícios, sobre personagens entristecidos e perdidos em uma sociedade que se comporta de maneira oposta a como eles vivem. A obra que afirma de vez Michael Fassbender como um dos grandes atores surgidos nos últimos anos.

8. 13 Assassinos, de Takashi Miike

Além de ser um belo filme de ação, esse trabalho de Miike (um dos mais prolíficos diretores japoneses vivos) é, em seus 140 minutos, uma homenagem ao cinema oriental dos anos 50 capaz de fazer o maior fã dos longas de samurais (e de Westerns) chorar de alegria.

7. A Invenção de Hugo Cabret, de Martin Scorsese

A primeira incursão de Scorsese no gênero infantil é apaixonante. O cineasta aproveita para fazer uma reverência aos primórdios do Cinema, com planos que remetem a produções históricas como A Chegada do Trem na Estação, e com a participação de George Meliés como personagem. O maravilhoso 3D dá ainda mais brilho aos travellings tão característicos do diretor.

6. Moonrise Kingdom, de Wes Anderson

Um filme sobre a inocência e o romance, em uma época em que os dois estavam seriamente ameaçados. Anderson utiliza um poderoso pano de fundo político e social para contar uma minimalista história de amor entre duas crianças e a luta do casal para ficarem juntos. Os coadjuvantes de luxo (Bruce Willis, Bill Murray, Edward Norton, Harvey Keitel, Frances McDormand) dão um charme, mas o show é mesmo dos pequenos Kara Hayward e Jared Gilman, que incorporam direitinho o ar blasé perante a situações absurdas que virou marca nos filmes do cineasta.

5. O Espião que Sabia Demais, de Tomas Alfredson

Alfredson, que ficou famoso ao dirigir o memorável Deixa Ela Entrar, sobe mais um degrau de excelência com essa peça filosófica sobre a Guerra Fria. Aqui, direção de arte, montagem, fotografia, trilha sonora,  roteiro, elenco, tudo parece ajustado, afinado para que a produção seja apreciada por diferentes prismas. E quem se mantiver preso à beleza e ao rigor de apenas um quesito vai perder o melhor, já que o cineasta lança mão dessa engrenagem perfeita por uma causa ainda maior, que é rever a História e pensar o mundo.

4. Drive, de Nicolas Winding Refn

Um filme que recicla um dos anti-heróis mais clássicos do Western e porque não do cinema americano, o Estranho Sem Nome, transportando para a metrópole do século XXI não só o personagem, mas um resumo das tramas que o envolviam nos faroestes de antigamente. Obra-prima.

3. Marcados Para Morrer, de David Ayer

O melhor filme policial em muito tempo, no qual Ayer desenvolve os personagens de forma paciente a fim de criar laços entre eles e o espectador, algo incomum no cinema apressado e afoito por correrias e explosões dos dias de hoje.

2. Holy Motors, de Leos Carax

Poucas obras nos últimos anos foram tão corajosas e ousadas. Nenhuma em 2012 conseguiu ser tão chocante em sua forma. Leos Carax faz poesia visual sem concessões, sem facilitar para o público, que precisa de coragem para se aventurar pela porta na parede e chegar à sala de exibição, mas que uma vez lá, tem o esforço plenamente recompensado. Uma ode à cinefilia.

1. A Separação, de Asghar Farhadi

A situação que envolve o casal Nader e Simin e que dá nome à produção é apenas a ponta do iceberg. Farhadi usa os ambientes fechados e seus personagens para, através do microcosmo, comentar a situação de toda uma nação, o Irã, e as transformações pelas quais o país vem passando. O plano que encerra o longa é o mais belo do ano que passou.