Se
existe algo que podemos dizer com certeza, é que Wolverine – Imortal é muito melhor do que o embuste que foi o
primeiro longa sobre Logan, lançado em 2009 e que utilizava o nome da equipe
mutante em seu título para lançar um caça-níquel bem sem-vergonha do seu
personagem mais popular. Sem conter a profundidade dos dois primeiros filmes da
série, X-Men Origens: Wolverine não
conseguia nem mesmo se conectar de forma orgânica aos longas de Bryan Singer e
Brett Ratner, tornando-se, além de ruim, um tremendo engodo, que possuía a seu
favor apenas a interpretação já clássica de Hugh Jackman (que pode não ser o
sonho dos aficionados pelo personagem criado por Len Wein e John Romita nos
anos 70, mas que tem um inegável carisma).
O
que acontece no longa de James Mangold é um reinício da caminhada solo de Wolverine nas telas e que, se não é brilhante
e tampouco desenvolve os dilemas morais de X-Men
2 (para citar o melhor exemplo), pelo menos apresenta energia e se importa
com os outros exemplares da série (com exceção do próprio X-Men Origens) o suficiente para se colocar dignamente ao lado de
seus irmãos.
Escrito
por Mark Bomback e Scott Frank, a trama adapta (ou toma como ponto de partida,
ou distorce) a clássica fase das HQs de Wolverine pelas mãos de Frank Miller e
Chris Claremont, e simultaneamente é amarrada aos acontecimentos de O Confronto Final. Atormentado pela
morte de Jean Grey, Logan conhece a mutante Yukio, que o leva ao Japão para que
ele reveja um velho conhecido, que está à beira da morte. Chegando lá, ele
conhece a jovem Mariko e, para defendê-la (e exorcizar demônios), acaba
enfrentando a Yakuza e a mutante Víbora.
É ótimo ver, enfim, Wolverine estrelar uma história digna de ser contada. Dirigida de forma segura por Mangold, a narrativa desenvolve com calma a aproximação de Logan e Mariko, ao mesmo tempo em que apresenta cenas de ação bem resolvidas e inseridas de forma orgânica na trama, que não é perfeita, é verdade (e as constantes aparições de Jean Grey contribuem para a impressão de que o texto não acreditou no espectador, precisando martelar a amargura do protagonista a cada dois minutos), mas que funciona bem melhor do que poderia se supor.
Claro
que Wolverine – Imortal não passa ileso
pelas suas duas horas de projeção. O terceiro ato, em uma desnecessária vontade
de transformar a trama em algo mais megalomaníaco do que o devido, quase põe
tudo a perder, com uma solução boba para a inserção de um personagem querido
pelos leitores de quadrinhos, mas que não merecia a falta de cuidado e respeito
que recebe por aqui. Mas se Mangold e seus roteiristas mostram despreparo no
trato com os fãs das HQs, o mesmo não pode ser dito em relação aos longas
anteriores dos X-Men, reverenciados e citados o tempo todo no tom e em
elementos da própria narrativa, construída para dar sobrevida à saga dos
mutantes nos cinemas.
Observação: A cena que acontece durante os créditos (sim, existe uma) faz uma ponte gloriosa com o que vem por aí. Só ela já valeria o ingresso.
The Wolverine, James Mangold, 2013 

2 comments:
eu gostei mais da reta final e como não leio os gibis nem sei qual a inserção do tal mutante querido rs
O tal mutante querido deve ser o Samurai de Prata, João.
Achei o filme bem legal, mas não chega perto dos outros X-men.
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