10. Azul é a Cor Mais Quente, de Adellatif Kechiche
Um dos filmes mais sensíveis da temporada, que consegue fugir do nicho dos filmes gays para se tornar um dos melhores romances dos últimos anos. Kechiche desmistifica o corpo feminino e filma suas atrizes com paixão rara nos dias de hoje.
9. Invocação do Mal, de James Wan
Wan volta aos filmes de fantasmas e constrói seu melhor trabalho até aqui. O cineasta se apodera dos clichês e das convenções do gênero e prova, com uma obra aterrorizante, que se portas que rangem, bonecas medonhas, passagens secretas e porões infestados de teias de aranha alimentam esse nicho há décadas, não tem porque inventar.
8. Killer Joe - Matador de Aluguel, de William Friedkin
Um filme digno do mestre que o dirigiu. Transgressor, violento, ácido. Friedkin demonstra controle absurdo sobre seu elenco para filmar a adaptação cinematográfica de (assim como em Possuídos, de 2006) uma peça de Tracy Letts.
7. Antes da Meia-Noite, de Richard Linklater
Enquanto Amanhecer e Pôr-do-Sol eram obras sobre a vida em movimento, Meia-Noite é um filme sobre o tempo, sobre a natureza transitórias das coisas. A linda história de amor de Jesse e Céline pode ter chegado ao seu último capítulo, mas o fez com coerência.
6. O Mestre, de Paul Thomas Anderson
Olhar clínico sobre o fanatismo religioso, que encontra ecos de verdade em casos como o da Cientologia. Anderson investiga a profetização de homens, e Joaquim Phoenix e Philip Seymour Hoffman brilham, em caracterizações extremamente físicas.
5. A Hora Mais Escura, de Kathryn Bigelow
A polêmica envolvendo as cenas de tortura quase desviaram o foco do que o longa de Bigelow é na verdade: um estudo fabuloso da obsessão humana. A cineasta não toma partido das atitudes tomadas pelo exército americano para localizar Osama Bin Laden, preferindo, de maneira muito sensata, observar os efeitos de tal investigação na protagonista vivida por Jessica Chastain.
4. Gravidade, de Alfonso Cuarón
Não há palavras capazes de descrever com precisão o tamanho do feito de Cuarón e seu Gravidade, que lança Sandra Bullock no mais inóspito dos ambientes, o espaço sideral. O cineasta, afeito de montanhas-russas emocionais, constrói seu melhor trabalho ao apaixonar-se pela humanidade e pelo medo de sua protagonista.
3. Elena, de Petra Costa
Um documentário extremamente pessoal. Alguns podem reclamar da exposição, podem falar que Petra transformou a tragédia de sua família em espetáculo, mas eu não penso assim. A dor não é espetáculo aqui, não parece ser essa a intenção de cineasta que, com sinceridade, exorciza seus demônios através da narrativa e do som de sua voz doce e baixa, e apresenta sua linda irmã, uma personagem trágica, mas fascinante, para o mundo.
2. Frances Ha, de Noah Baumbach
Daqueles filmes que vão se revelando aos poucos uma obra de arte, Frances Ha é a saga de uma personagem em busca de integração, de achar um lugar para si em um mundo que deixou de lhe pertencer. Afinal, como podemos ser felizes estando longe de quem amamos?
1. O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho
A obra-prima de 2013. Uma obra poderosa sobre um estado emocional, sobre uma tensão que paira no ar, quando todos sentem que algo vai acontecer, mas não se sabe o que nem como. Kleber aposta no microcosmo para tratar da situação imutável das relações de poder no Recife e no meio do caminho aproveita para analisar uma realidade que parece sugar nossa essência, como um aspirador de pó puxando fumaça de cigarro.
2 comments:
Invocação do Mal, Antes da Meia-Noite, A Hora Mais Escura e Gravidade com certeza estão entre os meus melhores, e acho que no top 10 também.
A montagem de Frances Ha ficou muito linda! A melhor!
Invocação do Mal e Antes da Meia-Noite estão entre os meus 10 melhores também. tirando o Mestre eu gosto dos que assisti, mas não os acho isso tudo
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