
Sede de Sangue é um filme sedutor. Park é dono de um inegável talento para conceber belas imagens (o que já pôde ser percebido em filmes como o ótimo Lady Vingança e o maravilhoso Oldboy), e aqui esses planos aparecem em grande quantidade. A trama é ótima, sobre um padre que se torna um vampiro, e os personagens se apresentam complexos e tridimensionais, qualidades que fazem o espectador se importar com o destino dessas pessoas. O longa também é muito inteligente ao fazer uso dos clichês sobre as características vampíricas, mostrando criaturas superfortes e com saltos altíssimos, mas acertadamente descartando detalhes como avantajados dentes caninos ou a falta do reflexo no espelho, o que contribue para a humanidade e tridimensionalidade dos personagens.
Mas conter acertos e, por isso, ser um suspense sedutor não faz de Sede de Sangue um filme perfeito. O longa comete erros principalmente em seu terceiro ato, que se arrasta demais em uma quase sub-trama e cria uma barriga que atrapalha muito a narrativa, que vai muito bem obrigado até entrar na meia hora final. Aí alguns personagens que eram fascinantes ficam chatos, o humor negro pára de funcionar, e a direção de Park não consegue mais aquelas belezas de imagens, nem mesmo em uma perseguição sobre prédios, que começa muito bem mas se perde por se esticar. No fim, mesmo após alguns tropeços, o filme entra nos eixos novamente e o final é bastante bonito.
Um filme que começa bem, termina bem, mas tem um pedaço insosso e sem-graça. E em um filme de tantos acertos e erros, fico com o meio termo.
2 comments:
bom, a pricipio nao me chamou atenção
Deveria João MUITO BOM MESMO!!!
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