Battleship é como um guia do que não fazer no cinema. Se baseia em um vídeo do Youtube para apresentar o protagonista e seu interesse romântico e sem o mínimo de classe apresenta uma elipse que em vez de intrigar salta descaradamente sobre buracos no roteiro. Abraça ideias com fervor (o ataque sofrido pela China, um suposto traço telepático dos alienígenas) apenas para abandoná-los segundos depois. Constrói naves e invasores sem um pingo de inventividade, e, para coroar o desastre, brinda o espectador com os personagens e falas mais absurdos da temporada: em certo momento, um cientista trata da semelhança entre os sóis da Terra e do planeta G, de onde vieram os aliens, com um simples "quanto mais nos aproximamos, mais quente fica"; mais tarde um outro personagem, ao relatar outras partes do mundo afetadas pela invasão, solta um "Escócia, Alemanha, França, e até Iowa". E o diretor Peter Berg, que com mão firme poderia salvar a empreitada, resolve conceber um cruzamento de Transformers, Independence Day e comercial de alistamento militar, desapaixonado, barulhento demais e hipocritamente ufanista. Uma bomba.
Se com Hancock Berg já tinha me irritado, é com essa adaptação do jogo de tabuleiro (!) Batalha naval que o cineasta consegue a minha completa aversão, ao construir uma obra na qual nada funciona e ao emular Emmerich e a série de robôs guerreiros de Michael Bay. E ser uma cópia ruim de algo ruim é demais.
Battleship, Peter Berg, 2012 

2 comments:
Eu achei o filme muito barulhento também, mas gostei (e você sabe o porquê. rs...).
nunca viu dizer que esse filme é ruim porque definitivamente não vou ver
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