Friday, July 13, 2012

Para Roma, Com Amor

A estreia dos filmes de Woody Allen são sempre recheadas de expectativa. Independente do gênero em que invista, os longas do diretor sempre possuem boas sacadas (mesmo seus trabalhos mais fracos possuem uma aura especial) e representam, principalmente as comédias, uma ilha de qualidade em um tempo dominado por produções que estão constantemente apostando na escatologia e na linguagem chula para ganharem o público. Para Roma, Com Amor pode não ser um dos melhores trabalhos do cineasta, nem mesmo se destaca entre os filmes de sua fase européia que já passou por Londres, Paris e Barcelona, geralmente com resultados mais satisfatórios, mas ainda assim presenteia o espectador com alguns momentos de requinte. Assim como fez outras vezes na carreira, aqui Allen conta tramas paralelas, saltando no tempo e desrespeitando a cronologia entre as 4 histórias, que giram em torno de temas também consagrados na longa carreira do artista (escolhas, fidelidade, o valor da arte), com a melhor delas envolvendo justamente o retorno de Allen como ator, interpretando Jerry, um maestro de óperas aposentado, que descobre que o sogro de sua filha é um tenor (somente) quando canta no chuveiro. As outras histórias não brilham da mesma forma mas recebem interpretações inspiradas de nomes do porte de Penélope Cruz, no papel da prostituta confundida com a esposa de um interiorano recém-casado, e Ellen Page, como a jovem aspirante a atriz que chega na capital italiana e balança o coração do namorado de sua melhor amiga, interpretado por Jesse Eisenberg. É dessa sub-trama, aliás, que nasce um dos grandes personagens dos últimos filmes do cineasta, o arquiteto experiente e conselheiro vivido por Alec Baldwin. Longe da obra-prima que foi Meia-Noite Em Paris apesar de ainda acima da média, o longa italiano de Woody Allen não será para sempre lembrado, mas seu charme é inegável.

To Rome With Love, Woody Allen, 2012 

2 comments:

joão said...

daria 4 estrelas. longe de ser o melhor dele. talvez o menso bom da fase europeia dele, mas ainda assim, bem divertido e agradável

nem mesmo dele pode se esperar algo brilhante sempre, mas divertido e/ou adorável, quase sempre é

meu texto sobre o filme

http://cinemania-joaolcm.blogspot.com.br/2012_06_01_archive.html

Raquel Raposo said...

Eu também gostei muito do filme.

O persongem do Alec Baldwin é sensacional, e a ópera cantada no chuveiro também. Uma das cenas mais engraçadas do filme foi o sogro da filha do Woody Allen matando os personagens da ópera de dentro do box. KKKKKK... Muito divertido!!