Monday, September 30, 2013

Se Beber, Não Case! Parte III

Todd Phillips já foi considerado um dos melhores diretores de comédia de sua geração. Após ser o responsável por Caindo na Estrada, Dias Incríveis e Starsky & Hutch, o cineasta nova-iorquino esteve no caminho certo para se tornar um dos principais nomes do gênero em Hollywood. Em 2009, ele dirigiu seu melhor filme, Se Beber, Não Case!, que rapidamente se tornou um estrondoso sucesso, abrindo caminho para uma franquia. E foi aí que a carreira de Phillips começou a desandar.

Se Beber, Não Case! Parte II era um equívoco, apesar de inevitável. Um longa que se aproveitava da estrutura narrativa vencedora do filme original (algo até compreensível) para repetir gags. Phillips assinou o roteiro ao lado de Scot Armstrong e Craig Mazin (o primeiro havia sido muito bem escrito por Jon Lucas e Scott Moore), mas não conseguiu adicionar um pingo de novidade à sequencia da comédia mais insana dos últimos anos, preferindo se ater ao que já tinha dado certo antes, como se apenas transferir a narrativa de Las Vegas para Bangcoc fosse suficiente para reduzir o gosto de comida requentada. E a Parte III vai pelo mesmo caminho, reutilizando o que já tinha funcionado da primeira vez, sem notar que pouca gente gosta de piada repetida.

Não que seja tudo descaradamente idêntico aos dois primeiros filmes da série. Novamente responsável pelo roteiro ao lado de Craig Mazin, Phillips tenta refrescar a fórmula trazendo algumas novidades à trama. Entra na equação o mafioso Marshall, vivido por John Goodman, que no início dá a impressão de que levará a narrativa para um lugar interessante. Ele obriga os protagonistas a encontrarem Chow e o levarem à sua presença. Rapidamente, porém, as situações começam a se repetir, e o longa infelizmente volta ao caminho que julga mais seguro e bem-sucedido.

Ao invés de remontarem a memória da noite anterior os três protagonistas precisam caçar Chow, mas, estruturalmente, nada muda em relação aos outros dois exemplares da série. A premissa é desculpa para a narrativa viajar por lugares diferentes e revisitar personagens, sempre repetindo piadas que já se provaram bem-sucedidas antes. Nessa onda de reespremer o primeiro filme e repetir situações, quem acaba sofrendo mais em todo o longa é Alan, antes o membro mais carismático do Wolfpack, agora transformado em protagonista de 90% das gags de Se Beber, Não Case! 3, ofuscando o resto do trio principal, cansando o espectador, tirando toda a graça do personagem e fazendo da composição de Zach Galifianakis mais ou menos como o que foi feito com a indiscriminada exploração da imagem de Jack Sparrow nas sequencias de Piratas do Caribe.

Se a segunda parte já era um erro, Se Beber, Não Case! Parte III representa a completa estagnação de Todd Phillips como realizador. Uma fórmula que já mostrava sinais de desgaste e cansaço no filme anterior, e que dessa vez não vai além de um ou outro momento realmente inspirado, como a cena da girafa, ou a rápida participação de Melissa McCarthy. Muito pouco para nos poupar da vontade de tomar um "Boa noite, Cinderela" e esquecermos o que acabamos de assistir.

The Hangover Part III, Todd Phillips, 2013 

2 comments:

Raquel Raposo said...

Aumentou meia estrelinha?? rsrs...

Eu gostei do filme... Nada comparado ao primeiro, que eu acho muito bom, mas deu pra rir um pouco.
E você sabe que eu gosto um bocado do Chow e do Alan, não pelas piadas mas pela cara engraçada que eles têm.

joao said...

gosto do primeiro e e menor grau do segundo. esse é mais ou menos

não acho muita graça em Zach Galifianakis