Com
o lançamento de Jogos Mortais, em
2005, James Wan começou a provar o seu talento no suspense e no terror. Os
ótimos Sobrenatural e Invocação do Mal, então, fizeram de Wan
um dos grandes nomes nos filmes de assombrações. Sempre apostando em criar primeiro
o clima, em cenas que nem sempre contam com os sustos esperados pela plateia, o
cineasta malaio se tornou sinônimo de competência no comando de longas de
horror.
Sobrenatural: Capítulo
2,
sequencia do inesperado sucesso do longa original, representa um escorregão na fama
que Wan vinha construindo entre os fãs de filmes de fantasmas. Ao contrário de
seu irmão mais velho, que contava com uma construção cuidadosa do suspense, cultivando
no espectador o medo dos espíritos que perseguem a família Lambert, em especial
o menino Dalton, essa continuação acaba se perdendo justamente ao não conseguir
repetir a mesma ambientação assustadora de antes.
Grande
parte da responsabilidade pela falha vem do texto de Leigh Whannell que,
transpondo a história elaborada por ele e Wan, acaba incorrendo em um dos mais
sérios erros dos filmes de horror: o excesso de explicações. Constantemente vemos
um personagem explicando, ou tentando explicar, o que está afligindo os Lambert.
Em certo momento, a trama acaba dividindo seus personagens em dois grupos, um
investigando as assombrações e outro responsável por encarar as almas e assim
saciar a fome de sustos do público.
A
direção de Wan segura bem as pontas nos dois segmentos da narrativa, honrando
suas influencias ao compor suas cenas com calma, esticando a tensão, como no
encontro de Renai com a mulher de branco e no modo como ele filma o jogo de
dados do antigo ajudante da paranormal Elise, morta no fim do primeiro filme. O
problema mesmo acaba sendo o modo que o texto resolve contar uma história
amarradinha, o que muitas vezes dá errado em um gênero que funciona melhor
quando o espectador não sabe com o que seus protagonistas estão lidando.
O
próprio filme acaba soando como um grande aposto em seu desenrolar: desde a
primeira sequencia, ambientada em 1986 e que conta com Jocelin Donahue (do grande
House of the Devil, de Ti West) como
a versão mais nova de Lorraine Lambert, que viria a ser a avó interpretada por
Barbara Hershey, procurando ajuda para combater o que quer que venha assombrando
seu filho Josh, esse Capítulo 2
acaba soando como se tivesse sido feito apenas para explicar pontas que
pareciam soltas com o fim de Sobrenatural.
E
esse é o seu maior pecado. Revisitar os acontecimentos do primeiro filme é uma
tentação que deveria ter sido evitada. Ao cair nela, não só reexibindo como
explicando cenas que eram assustadoras justamente por acontecerem sem mais nem
menos, como portas que se abrem sozinhas, Wan e Whannell acabam inclusive
abalando a memória daquele poderoso terror de 2010.
Um
problema que dificilmente a já confirmada terceira parte conseguirá consertar.
Insidious: Chapter 2,
James Wan, 2013 

1 comment:
Caramba! Não sabia que o terceiro já estava confirmado.
Achei que ficou tudo muito confuso e sem graça quando eles decidiram ligar coisas como: a porta abrindo e o alarme disparando com a invasão dele mesmo à casa. Sei lá... Ficou muito esquisito... Foi o que você disse, era muito mais assustador quando achávamos que eram fantasmas.
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